
REVISÃO FUNDAMENTAL PARA A SEMANA (16 - 20 de Setembro de 2024)
A semana em curso há muito que se destaca no calendário económico internacional. É durante o atual período de cinco dias, na quarta-feira, 18 de setembro, que terá lugar a principal reunião do Sistema da Reserva Federal deste ano. E é nesta reunião que será anunciado o início do ciclo de redução das taxas, que tradicionalmente altera seriamente o equilíbrio de poder e o valor dos activos na arena financeira global.
A principal questão agora é se o regulador reduzirá a taxa em 0,50% ou se se limitará a 0,25% para começar. Atualmente, o sentimento do mercado em relação ao corte da taxa em 0,50% está dividido em 50-50. No entanto, se tivermos em conta o facto de que o Sistema da Reserva Federal procura tradicionalmente apoiar o crescimento do mercado de ações antes das eleições, uma vez que muitos americanos mantêm as suas poupanças em ações, então as hipóteses de uma opção mais agressiva de 0,50% podem ser a favor. Também é importante aguardar pelos dados das vendas a retalho dos EUA na terça-feira, que poderão ajustar as probabilidades das taxas de juro numa ou noutra direção.
A semana abre com fracos dados económicos da China e notícias de um novo atentado contra a vida de Donald Trump. Os dados de Agosto sobre as vendas a retalho e a produção industrial na China ficaram aquém das expectativas, enquanto a taxa de desemprego aumentou. No entanto, como a China está atualmente “de férias”, celebrando o feriado do “Meio do Outono”, os dados não tiveram um forte impacto nos mercados neste momento. E a principal atenção dos investidores, como foi dito anteriormente, está agora totalmente focada na próxima reunião da Reserva Federal.
A notícia do atentado contra a vida de Trump num clube de golfe fez manchetes, embora não tenha ficado ferido. O incidente levanta questões sobre como pode afectar a sua posição política e, como resultado, a estabilidade do dólar no meio da corrida eleitoral.
Também esta semana, reúne-se o Banco Central de Foggy Albion. Espera-se que o Banco de Inglaterra reduza as taxas em 0,25% na quinta-feira, mas o relatório de inflação de quarta-feira poderá influenciar a orientação futura. Um dólar mais fraco após a reunião da Fed poderá levar o BoE a cortar de forma mais agressiva.
Com as reuniões da Fed e do BoE a aproximarem-se, bem como os principais dados da inflação, esta semana promete moldar o sentimento do mercado e a trajetória dos cortes das taxas nos próximos meses.