
REVISÃO FUNDAMENTAL DA SEMANA (30 de setembro a 4 de outubro de 2024)
Depois de uma breve pausa na semana passada, a “arena” financeira está novamente em “tempos quentes”.
A semana abre com uma nova onda de estímulos à economia chinesa. No domingo, o Banco Central da China anunciou a exigência de os bancos reduzirem as taxas de juro das hipotecas existentes em pelo menos 30 pontos base, a fim de apoiar a procura interna e estimular os processos empresariais. Contudo, ao mesmo tempo que o estímulo económico, as forças armadas do Império Celestial demonstram um aumento da actividade militar. Assim, no sábado, as Forças Armadas chinesas informaram que estavam a realizar exercícios aéreos e navais na área disputada do Mar do Sul da China, o que suscita preocupação tendo como pano de fundo as disputas territoriais existentes na região.
A situação no Médio Oriente também está a agravar-se. Israel realizou uma série de operações para eliminar os líderes do Hezbollah, bem como campanhas tático-militares no Iémen. O Quartel-General das Forças Armadas de Israel disse estar a preparar-se para a guerra - o que cria uma ameaça direta de escalada do conflito na região. Uma guerra no Médio Oriente poderá fazer subir os preços globais do petróleo e, em consequência, aumentar os riscos de inflação internacional.
Os mercados estarão focados nos dados das folhas de pagamento não agrícolas dos EUA na sexta-feira, o que poderá influenciar a decisão da Reserva Federal sobre a taxa de juro. Embora os dados relativos às folhas de pagamento não-agrícolas de Setembro não sejam definitivos antes da reunião da Fed de 7 de Novembro, poderão dar aos mercados motivos para esperar um corte de 0,50% nas taxas. Se o relatório mostrar um declínio no emprego e uma taxa de desemprego estável num contexto de queda dos salários, isto poderá acelerar o processo de ajustamento da carteira em favor de um corte mais rápido das taxas.
O segundo evento mais importante da semana será o relatório sobre as vagas de emprego JOLTs de terça-feira, um indicador-chave para a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que também influencia a política da Fed. Powell observou anteriormente que um declínio adicional nas vagas de emprego poderia levar a um aumento acentuado da taxa de desemprego, pelo que este relatório é de grande importância.
O terceiro lugar no catálogo de notícias importantes da semana vai para o relatório ISM (divulgado quinta-feira) sobre o setor de serviços dos EUA. Aspectos importantes serão os preços (como prenúncio da inflação), o emprego (para compreender a qualidade dos dados não agrícolas) e as novas encomendas (o seu declínio pode indicar uma recessão no sector dos serviços). O sector industrial dos EUA está em recessão há mais de um ano, pelo que não se espera que o relatório ISM sobre a indústria seja forte. Contudo, se os dados dos serviços se revelarem melhores do que o esperado, os mercados poderão reagir fortemente à confirmação de uma aterragem suave na economia dos EUA.
Na Europa, o foco está agora a mudar para os dados da inflação de Setembro, que serão divulgados na terça-feira. A desaceleração do crescimento dos preços no consumidor na zona euro poderá aumentar as expectativas do mercado para um corte das taxas por parte do regulador europeu. Um estímulo ao crescimento dos mercados bolsistas europeus.